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A mostrar mensagens de julho 26, 2015

a pátria em acentuada decadência

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Gastão de Brito e Silva/http://ruinarte.blogspot.pt/ Por Baptista-Bastos Jornal de Negócios A decadência portuguesa acentuou-se nos últimos quatro anos. O universo de embuste criado com o “empobrecimento” da população; a “austeridade” imposta por uma ideologia que ignora as características, a cultura e a História do país criaram uma apatia de desistência, já marcada anteriormente e acentuada agora. Não há debate político ou cultural; inculcou-se no português médio o fetiche do futebol; as revistas cor-de-rosa deram lugar a um universo fantasioso; e a imprensa, aquela que tinha por dever, obrigação e destino, está moribunda e pertence a grupos industriais com objectivos e funções especiais, que pouco têm a ver com a própria natureza do “produto.” É penoso ler a imprensa dita de “referência”, estafada em desaforar o leitor dos grandes problemas nacionais e internacionais. A caso da Grécia, nos nossos jornais, foi e tem sido tratado com uma leviandade e uma displicência q

o triste viver

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Por Baptista-Bastos http://www.cmjornal.xl.pt/ Será que deixámos de acreditar em nós próprios? Parece que Garrett escreveu: "O país é pequeno e não maior a gente que o habita." Digo ‘parece’ pois a frase tem sido, também, atribuída a Herculano. Não fica mal nem a um nem a outro, ambos severos e fúnebres com a moleza de espírito e a indolência moral dos nossos concidadãos. A verdade é que poucas vezes tivemos dirigentes à altura das nossas esperanças. Dirigentes que, segundo Saramago, não passam de "salafrários" que se revezam na partilha dos bens e das benesses públicas. Vem agora o dr. Passos, que esteve no Funchal e nos Açores, a dizer coisas, entre as quais: "Vamos dar uma nova alma a Portugal." E "Portugal tem direito a um futuro melhor." Estas frases possuem um nexo entre si, de que sobressai a admissão de culpa do primeiro-ministro. Afinal, nos quatro anos de poder, tirou-nos a alma e extorquiu-nos o direito a um futuro melhor. É uma

traque ser

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Lá terá que ser. Lá terei que falar mais uma vez de futebol, das fortunas ganhas no "desporto-rei" por gente que ou é dotada de pernas ou de cérebro, raramente das duas coisas ao mesmo tempo. E mais uma vez serei, mais até do que quando falo de política, insultado pelos futeboleiros de serviço que me acusarão de inveja em vez de, como é o caso, ter, ao contrário deles, noções rudimentares de justiça social, igualdade, decência mínima. O manager de Ronaldo vai casar. E vai ter tudo de bom, tudo aquilo que o dinheiro pode comprar. A casa e os jardins de Serralves foram alugados pelos noivos para o copo d'água, Estrelas do futebol mundial acorrerão ao Porto para as cerimóninas, muitas delas em avião particular. Se isto não o enoja, a mim sim. A riqueza excessiva de alguns é a miséria de milhões. Não me diga?! Ainda não tinha dado por isso? Pedro Ferreira/http://www.cmjornal.xl.pt/

logro e malogro

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Em cima, o logro.  Em baixo, o malogro.  Em cima, as promessas, as mentiras, o colossal embuste, a gigantesca propaganda, a supremacia dos ricos contra os pobres, a luta de classes em toda a sua vitoriosa pujança, o vil aproveitamento das funções de Estado para levar a cabo a mais descarada campanha eleitoral de que há memória em tempos de democracia.  Em baixo, na mó de baixo, o desfile dos sem-abrigo, dos desempregados, dos precários, dos emigrados, dos desalentados, dos empobrecidos à força de fisco e de confisco. Em cima, a glória de um Portugal mais atrás, mais triste, mais pobre, mais humilhado. Em baixo, a derrota de todos nós, do contribuinte esmifrado, do eleitor enganado, do cidadão vencido, do jovem emigrado, do trabalhador sem direitos nem salário digno do nome, do doente maltratado, do estudante desaproveitado. Não sei de quem é esta fotografia, não consegui identificar o autor. Mas guardo-a como um extraordinário testemunho do Portugal de 2015. A i

ai que saudades da caras, da flash, da VIP, da nova gente, até da ana e da maria!

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A gente pára nos escaparates a mirar as capas das revistas do coração cá do burgo, pindéricas, patronas da bisbilhotice verdadeira ou inventada, da desgraça alheia, de quem casou com quem, de quem anda com quem, de quem veste e despe quem. E, a seguir, dá com esta capa, em que o tema não é menos intrusivo ou menos sórdido - as mulheres vítimas de assédio sexual por parte de Bill Cosby - e não deixa de a admirar e de fazer comparações. E já nem falo dos textos, nas revistas portuguesas meros textículos e nesta outra escritas por gente que os tem no sítio, talento e ... talento.

estreia hoje o filme que ninguém quer ver

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Tirando um ou outro amigo do produtor e do realizador, os críticos são quase todos unânimes: já viram este filme há quatro anos e a sequela, ao que parece, ainda consegue ser pior do que a versão original. Um senhor muito bem posto e de boas falas, fadado para altos voos, com casa modesta em Massamá e mansão lá no bairro, é o principal protagonista desta pretensa comédia de enganos, mas os supporting actors não lhe ficam atrás em talento para a aldrabice, a mistificação, a pequena e grande vigarice. Ao que parece, pelo menos a crer na ante-estreia ontem realizada, o público não se riu, houve até uma ou outra lágrima furtiva perante este filme de autêntico horror que era suposto ser de humor. Há a menina da caixa que roubou a massa dos associados, há o professor primário que quer deitar fogo à escola, há o médico que se entretém a matar enfermos, há um dono de pensões mais forreta do que o Patinhas, há a fogosa advogada que se atira aos juízes como a gata se atira ao bofe, há o

este tipo inaudito e desavergonhado

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Por Baptista-Bastos http://www.jornaldenegocios.pt/ Não quero mais este tipo na minha casa, na minha rua, no meu bairro, na minha cidade, na minha pátria. Este tipo vendeu-nos, com um descaramento inacreditável. Este tipo parece um serventuário; parece, não: é um serventuário da alemã, e enxovalha-nos a todos quando, reverente e subalterno, caminha ao lado dela, atento ao que a alemã diz, e toma nota e fixa o que a alemã diz com reverente cerimónia. Este tipo disse que gastávamos demais, nós, os portugueses, que nunca soubemos o que era prosperidade, ter uns tostões a mais no bolso, satisfazermos os pedidos dos nossos filhos, por muito modestos que fossem. Eu, por exemplo, nunca consegui adquirir, nem em segunda mão, uma bicicleta para os meus filhos, embora tivéssemos feito, a minha mulher e eu, sacrifícios inauditos para os educar, sem a ajuda de ninguém.  Já deixei de ouvir este tipo. E desligo logo a televisão, quando o vejo e ouço, sobretudo na SIC, que pare

pornografia eleitoral

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Eu sabia. Eu sabia que a campanha eleitoral ia ser suja. Mas tanto descaramento, meus amigos e amigas, é que estava longe dos meus receios mais pessimistas. Isto, este cartaz, é de um arrojo de meter nojo, de um desplante digno de meliante, de uma falsidade tão falsa como falsa é a felicidade das criaturas que lhes serviram de modelos, um avô a quem roubaram pensões, os netos a quem negaram o futuro.  Eles prometem que não prometem. Mas prometem, claro, é tudo o que têm para dar, em promessas dão meças. Comprometem-se sem se comprometerem. Mentem sem nunca o admitirem. Juram em vão. Sorriem em vão. Falam em vão,  num qualquer vão de escada, associação recreativa, lugarejo onde vão inaugurar o Centro de Saúde que já funciona há dez anos e o chafariz que já deita água há três. E as televisões, pressurosas, atestam-lhes os microfones para que possam bolsar visões do paraíso que aí vem, para os ouvir condenar os malandros socialistas, perdulários até mais não, únicos agentes da corrup