atenção cidadões, cuidado cidadonas!

Há dias, por sinal um pouco antes das comemorações do Dia da Liberdade, andou no ar um projéctil de lei destinado a instalar uma espécie de censura prévia nos órgãos de comunicação social. Quem foram os autores da brilhante ideia? Os partidos do arco e do balão, do arco da governação, do balão da corrupção, e lá vai marcha Liberdade fora, só lhes faltam as botas cardadas, as camisas castanhas, os bigodinhos à palhaço gorado.

Todos acham, os do arco e do balão mais os órgãos de comunicação, que a lei eleitoral tem que ser mudada, que não se pode dar a mesma atenção aos grandes e pequenos partidos. Ou seja, um pequeno partido será sempre pequeno porque não tem possibilidade de expor os seus pontos de vista e planos para o País. Os grandes, esses, têm toda a atenção mediática. Aos partidos no poder tudo é mais fácil, basta um ministro inaugurar aqui, o primeiro-ministro conferenciar acolá, e os jornalistas lá estarão a rodeá-los, a questioná-los, a propagandeá-los. O "maior partido da oposição" tem mais problemas de visibilidade, não está no poder, mas, como é o principal candidato dentro da lógica do alterne em que vamos vivendo e sobrevivendo de Abril para cá, os jornalistas assaltam o secretário geral, o deputado, o putativo futuro ministro na mira da boca, do sound byte, da frase picante, do beliscão nas nádegas da maioria, porque é isso que faz audiências, que vende jornais, que aumenta as receitas da publicidade e que dá gozo aos potenciais eleitores.

Quanto aos mais pequenos, e pior para os que nem sequer estão no parlamento, não passarão da cepa torta, faltam-lhes meios, escasseia-lhes a visibilidade das televisões, não se constituirão alternativa ao dito alterne porque os eleitores não lhes conhecem caras nem propostas e, além disso, o português gosta de jogar pelo seguro, "cautela e caldos de galinha" e estes, ao menos, já sabemos quem são e com o que podemos contar. Ou descontar. Na carteira..

É isto a democracia. Que os cidadãos e cidadonas alegremente suportam de quatro em quatro anos, quando os políticos do arco e do balão dão por haver, afinal, gente na Nação. E viva.

O PCP, dizem os do arco mais os do balão, tem tendências totalitárias.

Olha quem fala!

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