os jogos da infâmia

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Por Baptista-Bastos
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Com arfante curiosidade o mundo editorial aguarda o novo produto literário do dr. Cavaco. Os jornais não são omissos em revelar que o singular e volumoso livro, o nono da selecção «Roteiros», inclui um capítulo destinado a elucidar o sucessor do dr. Cavaco, no cadeirão de Belém, sobre como deve encarar e interpretar o mundo que aí vem. Reclama-se da experiência adquirida para justificar o acerto das suas opiniões. Pelos excertos que li na Imprensa, o pressuroso autor fala do que o sucessor deve fazer nos domínios da economia, da política europeia e, até, dos comportamentos. É uma redacção rudimentar, charra e chata, que omite, por exemplo, as urgências e necessidades culturais de um Presidente. Nem História, nem Geografia, nem conhecimentos gerais da nossa política no mundo, nem informações dos movimentos artístico-literários que, por vezes, agitaram o nosso viver. Uma palavra, sequer, da nossa ciência; da epopeia dos êxodos e das guerras civis; das aventuras do espírito. O vazio das referências corresponde ao vazio de ideias, e à conformação subtil de que os outros é que mandam, devendo nós, somente, obedecer. A teoria do «bom aluno», tão do agrado do dr. Cavaco e de seus seguidores. Felizmente, hoje, já ninguém liga ao que diz o cavalheiro que nos coube em desgraça, mas que marcou os nossos destinos desventurados durante quase duas décadas. O dr. Cavaco é o produto típico de uma educação reprimida, eclesial, que o moldou sem cura ou remissão. O pior é que tentou adequar essa educação mal-formada à época dos seus poderes, adicionando o culto da juventude como prioridade sobre os antigos e a ideologia do facilitismo sobre o estudo, a reflexão e a experiência. Uma vulgar sabatina aos conhecimentos do dr. Cavaco deixaria, certamente, o dr. Nuno Crato espavorido. É este ser possidónio, desprovido de senso, de cultura, de ponderação e de equilíbrio que vem encobrir, com dissimulações, os desvios e os incumprimentos éticos e fiscais do dr. Passos Coelho. Nada a fazer: este último não pagou o que devia, diz que por distracção ou falta de dinheiro. O outro afirma que os acusadores actuam como jogo pré-eleitoral. Quem nos acode, e nos livra desta infâmia?

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