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A mostrar mensagens de fevereiro 9, 2014

uma nova inquisição

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http://mikiaboom.wordpress.com/ Por Fernando Dacosta http://www.ionline.pt Muitas das condições que, no passado, levaram ao surgimento da inquisição estão a observar-se hoje - noutra escala, porém. Os avanços civilizacionais (na solidariedade, na cultura, na ciência, na técnica, no conhecimento, nos costumes) conseguidos nesse passado pelos países da então pujante Ibéria, Portugal e Espanha, devido aos Descobrimentos, fizeram os poderes da época, bussolados pelo Vaticano, reagir - incendiando o mundo através de tochas demencialmente empunhadas pelo Santo Ofício. Nas últimas décadas a Europa registou (tal como a Ibéria no passado), progressos assinaláveis na cultura, na educação, na ciência, nos costumes, na saúde pública, na segurança social, que a adiantaram sobre os outros continentes fazendo tremer (tal como na Ibéria do passado, repita-se) os poderes instituídos que, de novo, reagiram. Reagiram não pela religião, mas pela economia, através de estratégias de

a vida é doce e furta-cores

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http://www.fanpop.com/ "Estamos agora a viver mais de acordo com as nossas possibilidades", disse ontem, sem se rir, o primeiro-ministro de Portugal e de meia-dúzia de portugueses, Pedro Manuel Mamede Passos Coelho de seu nome completo, natural de Coimbra, por pouco de Santa Comba. É a receita de Salazar, revista, actualizada e melhorada. Quando pensávamos que Portugal iria finalmente dar "o grande salto em frente" e recuperar o atraso de décadas, eis que nos surge pelo caminho dos abrolhos eleitorais a doutoral criatura, adepta dos "pobrezinhos mas honrados", dos "pobretes mas alegretes", do "para pouca saúde, mais vale nenhuma", do "não é desgraça ser pobre", do "numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa", da caridade, do bodo aos pobres, das sopas do Sidónio, da esmola a fazer escola, a corroer o País como gangrena. Portugal recua a olhos vistos e aproxima-se, cada vez mais, dos países do

a clemência não vem da sé

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O CARDEAL CLEMENTE Por Baptista-Bastos http://www.dn.pt Li, há dias, no Público, uma entrevista a D. Januário Torgal Ferreira, antigo bispo das Forças Armadas. Um refrigério, se a compararmos com a dicção monótona, precaucionista, desagradável e espalmada de, por exemplo, D. Manuel Clemente. O patriarca de Lisboa é uma sombra melancólica do que foi. E foi um homem desenvolto quando reitor do Seminário dos Olivais. Conheci-o num debate promovido pela SIC e moderado por Margarida Marante. Um regalo para os olhos e para o espírito. Dois homens cultos, que se respeitavam e desejavam expor, sem gritaria, as suas visões de mundo e as características das respectivas singularidades. Carteámo-nos por e-mail e, mais tarde, com ele participei, no Porto, em uma controvérsia sobre exclusão social, sob o patrocínio do Montepio Geral. Ouço-lhe as homilias, os comentários, leio-lhe as entrevistas e as enunciações. Tentava descobrir, no homem de hoje, o padre aberto, dialogan

putos à solta

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Eis que, a pensar nas eleições europeias mas, sobretudo, nas legislativas de 2015, as sanfonas começaram já a soar gaiteiras ali para os lados das Laranjeiras, de São Bento, de São Caetano, de todos os santinhos que desceram à Terra para nos salvar. Paulo Portas, tonitruante e altivo como convém à sua altaneira estatura de altíssimo estadista, o Altíssimo feito homem, veio anunciar a provável redução da taxa de IRS lá para 2015. A propaganda vai agitar-se e a agitação propagar-se. Vêm aí milagres ao virar da esquina, enriquecimentos súbitos, súbitas descidas de impostos, emprego para todos, amanhãs que cantam, tardes de sorna, noites de deboche. Regabofe, rebaldaria, estúrdia, bacanal permanente. Os feriados roubados serão repostos, os roubos devolvidos, os ofendidos ressarcidos, os suicidados renascidos. Portugal jardim à beira-mar plantado. Fascismo implantado, pouca-vergonha instituída, mentira institucionalizada, fraude legalizada, extorsão perpetrada por hábil manápula de lar

o aprendiz de maquiavel em dez lições

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Por Rui Zink http://www.publico.pt/ 1. Inculca culpa na tua vítima. Convence-a de que é responsável pelo que lhe está a acontecer. Se o fizeres, a tua tarefa estará facilitada. Lembra-te: se aqui vítima há, és tu, cujas intenções são “incompreendidas” pelos “ingratos e invejosos”. 2. Usa palavras mágicas: pátria, empreendedorismo, sacrifício, futuro, reformas, construir, acreditar, inovação. Baralha-as numa Bimby e faz bimbices. Se conseguires dizer sem te rires algo como “Pensar e preparar o futuro do nosso país é proporcionar às gerações que nos irão suceder as ferramentas adequadas para construir um Portugal diferente, num quadro de qualidade, responsabilidade e inovação”, tens um lugar assegurado. 3. Diz que compreendes a insatisfação dos prejudicados e concordas que, sim, têm razão, mas agora não pode ser nada. Justifica-te com a burocracia, a qual és o primeiro a combater. Pede para adiarem o seu protesto, que tu próprio reconheces como justo, “houve de facto e