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A mostrar mensagens de maio 5, 2013

o paulinho das rábulas

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Por Daniel Oliveira http://arrastao.org/ Paulo Portas é um artista. Como todos os bons artistas, não tem problemas em desempenhar vários papéis. Já foi rebelde, já foi estadista, já foi amigo dos lavradores, do "espoliados do Ultramar", dos ex-combatentes, dos reformados, das empresas, dos feirantes, dos trabalhadores. Já foi liberal e democrata-cristão. Já foi radical e desancou nos imigrantes e no RSI. Já foi moderado e cheio de preocupações sociais. Servem-lhe todos os bonés que a cada momento lhe convenham. O seu talento é inversamente proporcional à firmeza das suas convicções. Paulo Portas tem muitas vidas. E como nunca morre, vai cada vez mais longe no risco. Disse que deixaria de falar a um amigo se este fosse para o poder. Nenhum amigo sobreviveu à sua sede de poder. Já teve, quando foi candidato à Câmara Municipal de Lisboa, um cartaz em que jurava: "Eu fico!" Foi eleito vereador, não ficou e ninguém lhe pediu contas. Foi-se embora da lideranç

a rainha da sucata

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Por Tiago Mesquita http://expresso.sapo.pt Nesta espécie de corte de sucata em que se transformou o governo, Paulo Portas continua igual a si mesmo. Por entre os pingos da chuva, munido das expressões "sentido de Estado" e "solidariedade institucional", vai, com ar pesaroso e preocupado, tocando, ocasional e estrategicamente, o fadinho que o parolo e o incauto gostam de ouvir. Os mais esclarecidos e atentos sorriem: "Lá está outra vez o Paulinho a fugir com o rabo à seringa, como se não fosse nada com ele". Para salvaguardar o futuro político, o brilho inexistente no seio do executivo aparece convenientemente, volta e meia, estampado no sorriso de Portas, como uma luz ao fundo do túnel. Um visionário. A verdadeira e única consciência social do governo. Adora o protagonismo, as luzes e a própria voz. Gere as ambiguidades e o suspense. Afasta-se das medidas antissociais, encenando teatrinhos patéticos na suposta defesa dos fracos e oprimido

o estado dos ratos

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Por Luís Rainha http://www.ionline.pt Os ratos são os primeiros a abandonar o navio que afunda. Toda a gente imagina saber isto. Mas que pode fazer uma pobre ratazana, veterana de anos de luta pela prosperidade, quando se vê impelida a saltar borda fora de um barco condenado... mas a mil milhas da costa? Não adianta atirar--se às ondas; no meio da aflição, ninguém se lembrará de socorrer um mero roedor. Aguardar a chegada a bom porto parece-lhe apenas uma modalidade diferida de suicídio – a discórdia cada vez mais ululada da tripulação, as correrias em círculo do capitão e do imediato... tudo naquela nave de loucos grita ruína certa. O nosso rato teve uma longa carreira dedicada à gulodice. Devorou tudo o que lhe apareceu ante o focinho: proteínas, adversários, influência, segredos alheios, poder suculento. A condição de embarcadiço nestes navios comandados por principiantes é condição de acesso a cargas apetecíveis. Sem porões mal guardados ao alcance do seu fino faro, se

o poder como manigância

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Por Baptista-Bastos http://www.dn.pt/ Graves e concentrados comentadores do óbvio precipitaram-se, entusiasmadíssimos, no discurso proferido pelo dr. Paulo Portas, domingo, acentuando o carácter "contundente" (disse um) do texto e a "notória divergência" (acentuou outro) com afirmações do dr. Passos Coelho, proferidas na sexta-feira anterior. A confusão, o despautério e o vazio de ideias grassam, infrenes, na Imprensa e nas televisões. Nem um anotador do facto revelou que o dr. Portas ocupara meia hora das televisões e do nosso pasmo para dizer rigorosamente nada. Melhor: para reafirmar a sua fé e a sua esperança, por igual intactas, no primeiro-ministro e nas suas sábias decisões. A fim de salvar as aparências, anunciou que defendera, com denodo e compaixão, os pobres pensionistas, aos quais, mercê dessa sua obstinação cristã, já não seria extorquida nem um cêntimo da reforma. E que, por sua intervenção, a idade limite para o trabalho não seria fixada em