campanha assumida: voto no flávio

Por Ferreira Fernandes

As eleições autárquicas arrastam para a política pessoas não lhe conhecendo os truques, o que as põem em risco de serem gozadas. Esta campanha foi fértil em cartazes inadvertidamente mal feitos ou deliberadamente brejeiros que tiveram eco nacional e foram catalogados como "tesourinhos deprimentes". Há dias deixei, aqui, um outro olhar: "Os cartazes toscos são uma boa notícia", era o título e o resumo do que eu queria dizer. Na revista Sábado, Pacheco Pereira (que traz com ele duas condições raras em político português: não começou só ontem a ter respeito pelos de baixo e conservou esse respeito) também foi por aí. Para ele, as campanhas autárquicas são a mais "genuína [e] intensa participação de milhares de portugueses na democracia." Volto à questão porque ontem vi um vídeo de um desconhecido candidato de um pequeno partido. Flávio Nunes, de 18 anos, concorre à Câmara de Tomar pelo Movimento Partido da Terra e é menos célebre do que o ninja de Gaia. Ora Flávio não me comove só porque estrebucha civicamente onde tantos, inclusive eu, não participam. Mais do que isso, na sua primeira ação política (vai ser votado no primeiro ano em que vota), ele é muito bom. O seu vídeo (em baixo) é o mais perfeito material de propaganda desta campanha. E a sua jovem cara lavada redime-me das máscaras postiças dos dois ex-jotinhas que nos ensombram o destino.


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