agora é que vão ser elas!


As férias estão a acabar, os políticos vão voltar. Deixaram-nos em sossego umas semanas, demasiado poucas, manifestamente curtas. Mal ouvimos ameaças durante este período. Nem que os portugueses ganham demais nem que trabalham de menos. Nem que os cortes vão ser drásticos nem que os despedimentos vão ser radicais. Ouvimos poucas mentiras ou falsas promessas. Não houve propaganda, da serôdia, da trapaceira, da mais barata, que a vida custa a todos e os assessores de imprensa estão pela hora da morte.

Os nossos cansados corações repousaram. Suspirámos de alívio. Convencidos de que tudo não tinha passado de pesadelo. Que Coelho, Relvas, Borges, Cavaco, Duarte Lima, Dias Loureiro, Merkel, Barroso, Draghi, Lagarde, J P Morgan, Goldman Sachs, Lehman Brothers, BPN, BPI, BIC, BCI, BCP, BPP, PPD, PSD, PP, CDS, toda a corja e o respectivo séquito de assessores, seguidores, conselheiros, mandatários, mandatados, parceiros, associados, amigos, amigalhaços e amigados, todos os que têm olho em terra de cegos (nós, que não há pior cego do que aquele que não quer ver), todos, todos eles até ao último dos sabujos, dos trafulhas, dos vigaristas e ladrões de património alheio, não tinham sido mais do que produto da nossa fértil imaginação, dada ao fado e ao sofrimento.

Mas, agora, vai-se acabar a papa doce. Eles regressam aos ninhos, aos nichos, aos bidés e psichés deste lupanar em que Portugal se tornou, uma casa de passe, de venda a retalho de carne humana. O FMI vem aí. Vêm aí os senhoritos da Europa. Vêm, também, os cavalheiros, os cangalheiros do desgovernado governo que administra o protectorado alemão à beira mar ajoujado. Para nos continuar a fornicar. Sem pagar nada em troca, nem juros, nem alvíssaras nem sequer um copo de três ou um carapau alimado.

Acho que, agora, vou eu de férias. Ou fugir. Ou emigrar. Seja como for, adeus. Quando Passos já cá não estiver, mandem-me chamar.

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