apelo: unir a esquerda

O capital financeiro, cuja ganância não tem limites, desencadeou primeiro uma crise vendendo fraudulentamente produtos financeiros inexistentes. Depois conseguiu impor aos governos a factura dos seus próprios desmandos, para logo passar a especular sobre a dívida pública daí resultante.

Estamos agora entregues a capatazes insensíveis e desumanizados do mesmo capital financeiro que ganhou com a burla, continuou a ganhar com a especulação atacando país a país, até conseguir taxas de juro usurário. 

As últimas medidas anunciadas mostram bem que se pretende agora aproveitar o momento para acelerar o processo de saque e de liquidação do Estado Social já iniciado, quando a conjuntura europeia se vem lentamente aproximando de soluções para o problema.

A esquerda que neste momento pode constituir a única barreira contra o desmantelamento do 25 de Abril tem de demonstrar capacidade de identificar o inimigo e a obrigação cerrar fileiras para o combater. Não o fazer será ser cúmplice da tragédia e abdicar do seu dever para com o país. Não poderá ser perdoada pelo campo democrático se continuar a colocar os seus interesses eleitorais e partidários acima dos interesses dos portugueses.

A hora é de emergência e não há tempo nem espaço para deixar avançar ainda mais um governo que já perdeu toda a legitimidade ao renegar por completo o seu programa eleitoral e desrespeitar a Constituição da República Portuguesa. 

A gigantesca manifestação popular de 15 de Setembro demonstrou de forma inequívoca o repúdio da política de desastre virada contra as conquistas de Abril.

Para todos os que agora estão a empobrecer só haverá esperança se os partidos e organizações tiverem finalmente a lucidez de ultrapassar as suas divergências, para construir uma alternativa sustentável que torne possível uma mudança de governo. 

Estamos tristes e cansados de ver empresas a fechar, centenas de milhar de desempregados sem qualquer apoio social, jovens que partem, o roubo aos pensionistas, a pobreza envergonhada, o desespero e a amargura enchendo as praças. 

O silêncio resignado foi cortado pelo grito da revolta. Já não chega dizer basta!

O guião desta gente é o mesmo que levou à desgraça que se vive na Grécia.

É falso que não existam alternativas que permitam restaurar as finanças públicas sem destroçar o país. 

É falso que esta política tenha tido algum sucesso, nem mesmo sequer no seu apregoado objectivo de resolver o problema do défice. 

É falso que só depois de destroçar as empresas e reduzir à miséria os que vivem do seu trabalho, será possível fazer nascer dos escombros uma nova economia saudável. 

É certo que precisamos de resolver problemas de fundo e eliminar gastos absurdos do Estado (como por exemplo os 31 veículos do gabinete do 1º ministro).

É certo que temos de ser nós mesmos a resolver os nossos problemas, mas não será por insistir numa receita falhada que o vamos conseguir.

Como contribuintes também os votantes de esquerda pagam milhões a partidos e políticos para que se esforcem por encontrar soluções parlamentares estáveis que defendam os seus interesses. Sentimo-nos defraudados quando verificamos que o nosso voto tem sido utilizado para alimentar partidos que se têm revelado incapazes de se juntar para propor uma real alternativa aos governos de direita.

Os signatários fazem um apelo para que todos os partidos da oposição, sem excepção, sindicatos e outras organizações estabeleçam de imediato negociações para de forma concertada e eficaz pôr em prática a única agenda que interessa: RESISTIR, LUTAR e MUDAR DE GOVERNO!

Para subscrever o apelo: http://uniraesquerda.info/

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