socorro, ajudem-me que eu não sou bom em contas


Sendo de boas contas, não sou bom em contas. Depois de ter visto a entrevista que Alexandre Soares dos Santos (ASS) deu na SIC ao mordomo, perdão, ao economista de serviço, ainda fiquei mais baralhado. O manganão, com o seu ar de lorde inglês vestido e engravatado na Rua dos Fanqueiros, jurou a pés juntos que nem o Pingo Doce fez dumping nem os produtores foram obrigados a suportar os 50% de desconto da campanha do dia que, se desse filme, se haveria de chamar "Terror no Supermercado". Mais acrescentou o bom homem, a pain in the ASS já se vê, que não teve prejuízo mas sim, se a memória não me engana como engana a fantasia, um lucro de 24 milhões de euros. Portanto, se fiz bem as contas, mas o caso é tão extravagante que duvido dos meus dotes matemáticos, além de outros que não vêm à colação, as margens de lucro do Pingo Doce superam os 50%. Se assim é, é roubo ou, na melhor das hipóteses, ASS é como as mulheres da vida, mas a essas, ao menos, tenho-lhes respeito: ASS ganha dinheiro fácil. Se, pelo contrário, ASS mentiu, então fico mais descansado. Com todo o seu parlapié da responsabilidade social e amor pelos pobrezinhos ("aquela gente", são palavras suas, não minhas, para se referir ao povoléu), o que há muito penso dele bate certo. E, porque assim é, remato com um sonoro, sentido, colérico grito de guerra: up your ASS!

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