um paraíso de calma no oásis da carneirada

“Geração à Rasca” regressa às ruas dia 15 de Outubro
WSJ: Portugal tem sido um “paraíso de calma” na reacção à austeridade
Por Daniel Almeida

O Wall Street Jounal publicou hoje um artigo onde compara os “pequenos e esporádicos protestos” do povo português na reacção às medidas de austeridade negociadas com a troika aos tumultos na Grécia e Espanha. Mas sublinha que este cenário de “acalmia” pode mudar nos "próximos meses".

“Em comparação com outros países da zona euro que foram apanhados na malha da crise da dívida, Portugal tem sido um paraíso de calma. Na Grécia houve violentos protestos e em Espanha dezenas de milhares de pessoas foram para as ruas em Maio e Junho exigir uma mudança política”, lê-se na edição de hoje do Wall Street Journal.

Numa altura em que o povo português “começa a sentir a dor provocada pelas medidas de corte do défice” orçamental “crescem as perspectivas de agitação social num país que tem suportado três anos de austeridade apenas com pequenos e esporádicos protestos”, sublinha o diário norte-americano.

O Wall Street Journal refere que a situação deve mudar “nos próximos meses”, com os sindicatos já a “arregaçar as mangas” perante as medidas anunciadas pelo Executivo. Citando membros da CGTP, o jornal nomeia alguns protestos já programados, ou ainda por agendar, como a provável greve geral no dia 1 de Outubro e o novo protesto da “Geração à Rasca”, marcado para o dia 15 do mesmo mês. Em Março, este protesto organizado a partir das redes sociais, como o Facebook, levou mais de 200 mil pessoas às ruas de Lisboa, numa manifestação contra a precariedade laboral dos jovens, mas ao qual se juntaram outras camadas da sociedade. 

Entre as medidas, que o próprio Governo de Passos Coelho “já reconheceu como inéditas em dimensão e alcance”, o jornal norte-americano destaca as “subidas acentuadas nas taxas dos transportes públicos” e combustíveis, e o imposto extraordinário sobre o IRS. 

Estas medidas poderão ser acentuadas com cortes na despesa pública, novos impostos para compensar a redução nas contribuições das empresas para a segurança social (Taxa Social Única) e mudanças na lei laboral, que “incluem menos direitos para os trabalhadores despedidos”.

“Mais dificuldade vem a caminho” para o povo português, vaticina o WSJ, alertando, porém, que Portugal “não tem outra hipótese senão tomar medidas duras” para cumprir com as medidas acordadas com Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.

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