que nojo, só fazem lixo e no lugar delas podem brotar rentáveis investimentos


Por Jorge Fliscorno

«Desde o início do verão que a Câmara de Oeiras tem desenvolvido um plano de intervenção que prevê oabate de 90 por cento de árvores na freguesia de Santo Amaro de Oeiras, uma decisão que tem sido alvo de protestos.» na Rádio Ocidente

A Câmara de Oeiras justifica a acção como decorrente de várias reclamações devido às árvores terem “elevado risco de rutura” mas que estão previstas “novas plantações e melhores acessibilidades (zonas de passeio e estacionamento)”. Sem conhecer o caso mas atendendo ao habitual modus operandi aqui deixo a minha aposta de as reclamações terem vindo da parte da tesouraria da câmara, que novos estacionamentos pagos e árvores era coisa incompatível. Os protestos decorrem mas têm os políticos em Portugal este velho hábito de os ignorarem e, mesmo assim, conseguirem fazer-se eleger na mesma. Até com processos em tribunal e condenações à vista, já agora.

O ódio às árvores, particularmente entre o poder local, é algo de longa data. Parece ser sempre um empecilho à requalificação urbana (à quê?) como com muito mais glamour se tem chamado às obras públicas citadinas. Aparentemente, sempre que se decide calcetar um pedaço de cidade, logo alguma alma iluminada opta por decepar o que de verde exista, não vá ele ensombrar a vista no dia da eleição. Acresce que um pequeno nada parece sempre uma grande mudança se esta vier do choque visual que o desaparecimento das árvores causa.

Mas esta aversão ao natural vai mais longe e atinge a própria sombra onde ela faz falta. É o caso dos parques infantis, de que este na foto (Parque Salgueiro Maia, Massamá) é um exemplo característico. Destinando-se estes equipamentos sociais (mais um termo glamoroso) ao uso por parte das crianças, é suposto que estejam habitualmente colocados em zonas de sombra que as protejam do nosso generoso sol, certo? Errado. Dos que conheço, é raro que estejam em parques onde existam árvores (dois ou três exemplares para enfeitar não contam) e, mesmo assim, são localizados de forma a que a chapada de sol lhes bata todo o dia.

Face à dizimação do pouco verde que sobra nas cidades, tenho a dizer-vos que este poder local é um eucalipto: seca tudo à sua volta.

Fonte: http://aventar.eu

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