o presidente e o cúmulo da hipocrisia


Andava a vadiar quando ouvi a notícia. Só agora toco no assunto porque, na tormenta que nos atormenta os dias, foi uma gota de água num tsunami de inanidades, incompetência, hipocrisia, mentiras, sofreguidão, maldade pura e dura. Mas é importante relembrar, porque isto diz muito do carácter de um homem. Então não é que Cavaco, no seu discurso de 10 de Junho, o Dia da Raça disse ele um dia provando que não esqueceu as lições salazaristas da escola primária, veio criticar o estado da agricultura e apelar à sua revitalização? É preciso ter descaramento! Isto dito pelo homem que deu cabo dela, que malbaratou ou deixou malbaratar os dinheiros comunitários em betão, corrupção e inacção, parece anedota de mau gosto. Mas não é. Ele disse-o no tom seráfico a que nos habituou desde que Sá Carneiro se lembrou de o trazer para a cena política como Ministro das Finanças (não, o início da sua carreira não começou com a rodagem de nenhum calhambeque). Lembro-me das pequenas benesses distribuídas aos portugueses antes das eleições que reelegeram a AD. Já nessa altura, Cavaco tinha a cartilha bem estudada. 

Tenho um amigo ou dois que me acusam de perseguir o homem. Eu não o persigo, ele é que não me larga a labita vai para mais de 30 anos. Só o Salazar foi mais persistente.

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